Quem foi Lenin

Você já se perguntou quem foi o verdadeiro arquiteto da Revolução Russa de 1917? Entre os nomes que marcaram a virada do século XX, Vladimir Lenin se destaca como um dos mais influentes — e também controversos — líderes da história moderna. Sua trajetória não apenas mudou os rumos da Rússia, mas também redesenhou o mapa político global. 

Neste artigo, você vai descobrir quem foi Lenin, sua formação ideológica, seu papel na revolução e o legado que ainda ecoa no mundo contemporâneo.

Quem foi Lenin?

Imagem gerada com IA

Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lenin, nasceu em 22 de abril de 1870, na cidade de Simbirsk, no Império Russo (atual Ulyanovsk). Filho de uma família de classe média alta, Lenin teve acesso à educação de qualidade e desde jovem foi influenciado pelo ambiente político efervescente da Rússia czarista. Um dos eventos que mais marcaram sua juventude foi a execução de seu irmão mais velho, Alexander Ulianov, em 1887, acusado de conspirar contra o czar Alexandre III. Esse acontecimento despertou em Lenin uma profunda aversão ao regime autocrático.

Formação política e ideológica

Lenin formou-se em Direito na Universidade de São Petersburgo, mas seu interesse sempre esteve voltado para a política e a filosofia. Influenciado pelas ideias de Karl Marx e Friedrich Engels, Lenin se tornou um marxista convicto. Ele acreditava que o socialismo só seria possível através de uma revolução proletária que derrubasse o sistema capitalista e estabelecesse a ditadura do proletariado.

Durante os anos 1890, Lenin participou ativamente de grupos revolucionários clandestinos e, por isso, foi preso e exilado na Sibéria. Após cumprir sua pena, passou a viver fora da Rússia, principalmente na Suíça, onde manteve contato com outros exilados e teóricos marxistas. 

Foi nesse período que ele escreveu obras fundamentais como O Que Fazer? (1902), em que defende a criação de um partido revolucionário disciplinado e centralizado.

O Partido Bolchevique

Em 1903, durante um congresso do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), Lenin liderou uma cisão entre os bolcheviques (maioria), que apoiavam suas ideias, e os mencheviques (minoria), que tinham uma visão mais moderada e gradualista. Para Lenin, era essencial um partido altamente organizado e combativo, pronto para conduzir a revolução socialista na Rússia, mesmo que o país ainda estivesse em fase pré-capitalista.

Essa visão foi decisiva para o sucesso dos bolcheviques anos depois. Lenin compreendia a importância da propaganda, da mobilização operária e da ação direta como instrumentos de luta contra o regime czarista e as elites econômicas.

A Revolução de 1917


O contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) agravou as condições de vida do povo russo. A fome, o desemprego, a repressão e as derrotas militares levaram à queda do czar Nicolau II em fevereiro de 1917, abrindo espaço para um governo provisório liderado por figuras liberais e socialistas moderados.

Lenin, que estava exilado na Suíça, retornou à Rússia com apoio dos alemães, que desejavam desestabilizar o front oriental. Em abril de 1917, publicou as Teses de Abril, nas quais defendia "paz, terra e pão", além de "todo o poder aos sovietes" — os conselhos operários e camponeses. Essas ideias ganharam força popular e, em outubro de 1917, os bolcheviques lideraram uma revolta armada que derrubou o governo provisório, estabelecendo o primeiro Estado socialista da história.

Governo e medidas radicais

Como líder do novo governo soviético, Lenin implementou uma série de medidas radicais: a nacionalização das terras, o controle operário das fábricas, a saída da Rússia da Primeira Guerra (Tratado de Brest-Litovski) e a criação da Tcheka, uma polícia secreta para combater contrarrevolucionários.

No entanto, o país mergulhou em uma sangrenta guerra civil (1918-1921) entre os "vermelhos" (bolcheviques) e os "brancos" (monarquistas, liberais e estrangeiros). Para vencer o conflito, Lenin adotou o comunismo de guerra, com requisições forçadas de alimentos e controle total da economia. Essas políticas geraram fome e descontentamento, mas garantiram a sobrevivência do regime.

A Nova Política Econômica (NEP)

Com o fim da guerra civil e diante do colapso econômico, Lenin percebeu a necessidade de recuar temporariamente. Em 1921, instituiu a Nova Política Econômica (NEP), que permitia pequenas propriedades privadas e o comércio livre em escala limitada. A NEP ajudou a estabilizar a economia e recuperar a confiança da população.

Apesar de seu pragmatismo, Lenin continuava fiel à meta de construir uma sociedade comunista. Ele via a NEP como uma transição estratégica, e não um abandono dos princípios revolucionários.

Doença, morte e sucessão

Em 1922, Lenin sofreu o primeiro de vários derrames cerebrais, que o deixaram progressivamente incapacitado. Antes de sua morte, em 21 de janeiro de 1924, ele expressou preocupação com o crescimento do poder de Joseph Stalin, a quem considerava rude e perigoso. No famoso "Testamento de Lenin", ele sugeriu que Stalin fosse removido do cargo de secretário-geral do partido. No entanto, seus alertas foram ignorados.

Lenin foi embalsamado e sepultado em um mausoléu na Praça Vermelha, em Moscou, tornando-se símbolo do regime soviético. Com sua morte, iniciou-se uma luta pelo poder que culminaria com a ascensão de Stalin e a consolidação do autoritarismo na União Soviética.

O legado de Lenin

Lenin deixou um legado ambíguo. Para muitos, ele foi um visionário, que enfrentou um regime opressor e criou um sistema baseado na igualdade e na justiça social. Para outros, foi um autocrata revolucionário, cuja visão utópica levou à repressão e ao totalitarismo.

Contudo, é inegável que Lenin foi um estrategista brilhante, cuja atuação transformou profundamente o século XX. Seu pensamento e sua prática inspiraram movimentos socialistas e comunistas ao redor do mundo, da China a Cuba, do Vietnã à África. Estudar Lenin é essencial para compreender não apenas a história da União Soviética, mas também as disputas ideológicas que moldaram o mundo moderno.


Conclusão

A vida de Lenin é um convite à reflexão sobre os limites e possibilidades da mudança social. Ele representa a tensão entre idealismo e realismo político, entre revolução e repressão. Se você quer entender melhor os rumos da história contemporânea, estudar Lenin é indispensável.

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