A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

O processo da independência do Brasil acontece dentro de uma série de eventos que resultariam na emancipação política da nação em 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, sob a direção de D. Pedro I, então filho do príncipe regente D. João VI.

A INDEPENDENCIA DO BRASIL

grito da independência do Brasil de Portugal
Gravura: Grito da Independência às margens do Rio  Ipiranga

CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A Independência do Brasil ocorreu no ano de 1822, mas até lá, aconteceram muitos fatores e um desses fatores está relacionado ao contexto das batalhas e vitórias do exército napoleônico na Europa.

Napoleão Bonaparte com seu exército, estava dominando grande parte da Europa, controlando, anexando e impondo suas regras aos países dominados.


Napoleao Bonaparte
General Napoleão Bonaparte

A Inglaterra, uma potência naval e com laços econômicos com diversas nações, inclusive a colônia da metrópole portuguesa, o Brasil, era a “menina dos olhos” de Napoleão. Uma barreira para Napoleão era vencer a Inglaterra pelo mar, o que era impossível para seu exército.

Considerada a rainha dos mares, à época, devido a sua localização geográfica e sua potência naval, a Inglaterra com sua força marítima, ultrapassava e dificultava qualquer nação a transpor suas fronteiras, inclusive as tropas de Napoleão.

Com dificuldades de vencer as ilhas britânicas, Napoleão impõe um plano que a princípio parecia o xeque mate para os ingleses. Com o objetivo de atingir a economia inglesa, o general francês proibiu os países europeus de comprarem qualquer coisa da Inglaterra. 


mapa do bloqueio continental
Mapa do Bloqueio Continental

Esse plano, ficou conhecido como o Bloqueio Continental. Ele conseguiu quebrar a economia inglesa? Não.

Portugal, que a essa altura não tinha lá essa importância para o general francês, acabou sendo o alvo, uma vez que um fato aconteceu: diante das ordens de não comercialização com os ingleses, Portugal não obedeceu às ordens de Napoleão. 

Até porque os portugueses mantinham uma estreita relação comercial com os ingleses. Não deu outra: Portugal seria invadido em breve.

Com a possibilidade da invasão a Portugal, a corte portuguesa tratou de fugir às pressas, com o auxílio da Inglaterra, para sua colônia o Brasil.


fuga da familia real para o Brasil
Caravelas no Mar Atlântico

Pronto. Portugal foi invadida pelas tropas napoleônicas, mas a corte real e sua comitiva estavam salvas no Brasil. Estima-se que havia fugido para o Brasil cerca de 10 a 15 mil pessoas.

Com a transferência da família real para o Rio de Janeiro, o eixo político e econômico passou a ser comandado da colônia.

D. João trata de imediato dar uma cara nova ao Rio de Janeiro, realizando algumas mudanças estruturais que transformou a cidade num “brinco”.


Largo do Paço- Rio de Janeiro
Gravura Largo do Paço na época de D. Joao VI

Outras mudanças vieram como a Abertura dos Portos Brasileiro às nações amigas criação do Banco do Brasil Museu Nacional, Biblioteca Nacional, o Real Horto, etc.

Uma vez em sua colônia, D. João tratou de elevar o Brasil a categoria de Reino Unido a Portugal e Algarve.

Em 1820 um fato acontece em Portugal: a burguesia influenciada pelos ideais liberais da Revolução Francesa, tomou o poder pela Revolução do Porto. Assim sendo, foi instaurada uma monarquia constitucional baseada nas cortes constitucionais, funcionando como um parlamento.

D. João foi chamado para voltar a Portugal. Obrigaram a D. João a voltar à metrópole e jurar lealdade à Constituição recém instalada.

O monarca voltou a Portugal, mas deixou seu filho D. Pedro, como regente em seu lugar administrando o Brasil.


d. pedro I
Gravura de D. Pedro I

Claro que a corte em Portugal tinha o interesse de recolonizar o Brasil, assim como era clara a intenção de chamar D. Pedro de volta também.

Tentativa de um lado, pressão de outro, o príncipe regente procura se desviar das pressões da corte na metrópole, se apoiando em torno de um grupo de políticos brasileiros que defendiam a manutenção do Brasil como Reino Unido a Portugal.

Mas, diga-se também, que havia no Brasil, outro grupo que não defendia D. Pedro. Sendo assim, o príncipe regente teve que administrar situações políticas adversas na sua administração.

No ano de 22 de dezembro de 1821, D. Pedro recebe um abaixo-assinado de representantes da elite brasileira, pedindo que permanecesse no Brasil.

Sua decisão foi anunciada no dia 9 de janeiro do ano seguinte, declarando que ficaria no Brasil. Esse episódio ficou conhecido como o Dia do Fico.

Em 3 de junho de 1822 o príncipe regente recusou fidelidade a constituição portuguesa, convocou a primeira Assembleia Constituinte brasileira.

A partir daí o clima ficou tenso entre a corte portuguesa e dom Pedro. Ele declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil. Assinou o Manifesto às Nações Amigas, defendendo, inclusive, a independência do Brasil.

Houve protesto pelos portugueses com essa atitude de D. Pedro. Anularam convocação da Assembleia Constituinte brasileira. A situação ficou tão conflituosa que os portugueses chegaram a ameaçar enviar tropas e exigirem a volta do príncipe regente.

Soldados montados a cavalos, pessoas às margens do Rio Ipiranga
Grito do Ipiranga, no dia 07 de setembro às margens do Rio Ipiranga

No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou a independência do Brasil. Em 12 de outubro foi aclamado imperador. Foi coroado em dezembro, com o título de D. Pedro I.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a soberania brasileira. Portugal reconheceu, mas cobrou uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas.

O Brasil recorreu aos bancos ingleses para pedir empréstimos para pagamento da indenização a Portugal. O Brasil pagou, mas ficou “preso” aos ingleses. 

Apesar da soberania política, o Brasil continuou economicamente dependente da Inglaterra. Comprávamos e vendíamos quase tudo dos ingleses.

Juntando as decisões tomadas pelo monarca D. João VI de voltar a Portugal, a vontade de permanecer no Brasil por D. Pedro I, o Brasil experimentaria, posteriormente, conflitos que acabariam na saída de D. Pedro I.

Viva o Brasil “independente”!

Leia desfile na Pandemia de 7 de setembro

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Editor do blog

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