NEGRO CONTINUARÁ SENDO OPRIMIDO, ENQUANTO O BRASIL NÃO SE ASSUMIR RACISTA

Negros carregado branco numa redeHá um consenso entre os estudiosos da desigualdade racial de que somente haverá resultados da luta contra a discriminação da população negra, no Brasil, realmente assumirmos que somos racistas, independente se somos como indivíduos ou grupo social.

Segundo o filósofo e jurista Silvio Almeida, quando se admite a existência do racismo, obrigatoriamente cria-se uma obrigação moral de lutar contra essa discriminação. 

A tomada de consciência, portanto, é um ponto de partida fundamental. Um exemplo o assassinato do segurança americano negro George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis em maio.

Nas redes sociais, brasileiros se indignaram com tal fato e esse protesto contra a morte de George Floyd ganhou espaço nas mídias mundiais. 

A indignação parece contraditória porque os brasileiros quase diariamente veem na televisão e no jornal crimes praticados no seu próprio entorno tão racistas e cruéis quanto o ocorrido nos Estados Unidos, mas nem de longe reagem com a mesma comoção — se é que chegam a reagir.

A priori, parece que os brasileiros entendem que é lá fora que existe ódio racial, não aqui. Acreditam que no Brasil vivemos numa democracia racial, miscigenados, felizes e sem conflito.

Essa é a perversidade do nosso racismo. Ele foi construído de uma forma tão habilidosa que os brasileiros chegam ao ponto de não quererem ou não conseguirem enxergar a realidade gritante que está bem diante dos seus olhos.
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