Bolsonaro ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) em Campinas em 1973. Dois anos depois, foi transferido para a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), localizada em Resende, Rio de Janeiro, onde se formou como oficial em 1977.
Durante sua formação, destacou-se como um jovem disciplinado e dedicado às atividades militares. Após a graduação, seguiu uma carreira militar, especializando-se em paraquedismo e artilharia.
A transição de Bolsonaro para a política formal ocorreu em 1988, quando se aposentou do Exército com o posto de capitão e decidiu concorrer a vereador do Rio de Janeiro. Ele foi eleito pelo Partido Democrata Cristão (PDC), iniciando assim sua carreira política. Sua atuação como vereador foi marcada por uma forte defesa dos interesses das Forças Armadas, além de um discurso conservador, com críticas contundentes a temas como a defesa dos direitos humanos e o crescimento do movimento de esquerda no Brasil.
No Congresso, Bolsonaro se destacou por sua postura combativa e seus discursos polêmicos. Muitas de suas falas envolviam críticas ao movimento LGBT, ao feminismo e às políticas de cotas raciais, o que lhe rendeu tanto apoiadores fervorosos quanto severos detratores. Embora não tenha sido autor de projetos de grande relevância durante sua atuação como deputado, Bolsonaro foi sempre lembrado por seu discurso veemente em defesa do porte de armas e pela redução da maioridade penal.
Bolsonaro filiou-se ao Partido Social Liberal (PSL) para disputar as eleições de 2018 e, com uma campanha fortemente baseada nas redes sociais, conquistou o apoio de milhões de brasileiros que viam nele um "anti-sistema". Seu discurso contra a corrupção, contra o "politicamente correto" e em favor de políticas de segurança pública mais rígidas reverberou entre muitos eleitores. Em setembro de 2018, durante um comício em Juiz de Fora, Minas Gerais, Bolsonaro foi esfaqueado por um opositor, o que o afastou dos debates e atividades presenciais de campanha, mas acabou fortalecendo sua imagem como vítima de uma tentativa de silenciamento.
Nas eleições de outubro de 2018, Jair Bolsonaro venceu o segundo turno com 55,13% dos votos válidos, derrotando o candidato do PT, Fernando Haddad. Sua eleição marcou uma virada à direita na política brasileira, após mais de uma década de governos de esquerda.
No entanto, o mandato de Bolsonaro foi também repleto de controvérsias. Sua postura negacionista em relação à pandemia de COVID-19 gerou críticas dentro e fora do Brasil. O governo minimizou a gravidade da doença, desincentivou o uso de máscaras e promoveu tratamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina. A gestão da pandemia e o elevado número de mortes (mais de 600 mil até o final de 2021) desgastaram significativamente sua popularidade.
Outro ponto de destaque em seu governo foi a relação com o meio ambiente. A política ambiental de Bolsonaro foi amplamente criticada pela comunidade internacional, especialmente devido ao aumento do desmatamento na Amazônia e ao enfraquecimento de órgãos de fiscalização ambiental.
Apesar das polêmicas, Bolsonaro manteve uma base de apoio fiel, composta majoritariamente por setores conservadores, evangélicos, ruralistas e defensores do armamento civil. Sua presidência foi caracterizada por um discurso constante de polarização, antagonizando tanto a imprensa quanto os demais poderes da República, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
O legado de Jair Bolsonaro na política brasileira é polarizador. Para seus apoiadores, ele será lembrado como um presidente que rompeu com o sistema político tradicional e lutou pela defesa de valores conservadores. Para seus críticos, sua gestão foi desastrosa, marcada pelo negacionismo científico, pela destruição de políticas ambientais e pela má gestão da crise sanitária da COVID-19.
Mesmo após deixar o cargo, Bolsonaro continua a ser uma figura de destaque na política nacional, com a expectativa de manter forte influência sobre a direita brasileira nas próximas décadas.
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