A Origem do Comunismo na História: Entenda as Raízes Dessa Ideologia

O que é o comunismo?

O comunismo é uma ideologia política, econômica e social que propõe uma sociedade igualitária, sem classes sociais, sem propriedade privada dos meios de produção e sem exploração do trabalho. A ideia central é que os meios de produção – como fábricas, terras e máquinas – sejam de propriedade comum, administrados pelo povo ou pelo Estado em nome da coletividade.

Mas qual a origem do comunismo na história? Como essa teoria se desenvolveu e ganhou força ao longo dos séculos? Neste artigo, vamos explorar desde os primeiros conceitos utópicos até a consolidação do marxismo, sua principal corrente teórica, passando pelas revoluções e impactos globais.

Ilustração histórica com Karl Marx e Friedrich Engels segurando o Manifesto Comunista, operários ao fundo e bandeira vermelha com foice e martelo.
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As raízes filosóficas do comunismo

Embora o termo "comunismo" tenha ganhado força no século XIX, suas raízes filosóficas são muito mais antigas. Na Grécia Antiga, por exemplo, o filósofo Platão, em sua obra A República, descreveu uma sociedade ideal onde os bens seriam compartilhados entre os governantes (os chamados "guardas").

Na Idade Média, grupos cristãos como os cátaros e os anabatistas já defendiam comunidades religiosas sem propriedade privada, onde todos os bens eram divididos igualmente. Essas ideias, porém, tinham um caráter mais espiritual do que político ou econômico.


O comunismo utópico

No final do século XVIII e início do século XIX, durante o período da Revolução Industrial, surgem os primeiros pensadores que criticam abertamente o sistema capitalista emergente. Esses autores são conhecidos como socialistas utópicos.

Entre eles, destacam-se:

  • Robert Owen (Reino Unido): idealizou comunidades cooperativas onde os trabalhadores viviam e produziam de forma igualitária;

  • Charles Fourier (França): propôs a criação dos “falanstérios”, sociedades agrícolas e industriais autossuficientes;

  • Henri de Saint-Simon (França): criticava a desigualdade e defendia uma sociedade organizada por mérito e utilidade social.

Esses pensadores inspiraram gerações futuras, mas suas ideias eram vistas como ingênuas por não proporem uma estratégia concreta de transformação social.


O nascimento do comunismo científico: Karl Marx e Friedrich Engels

Ilustração histórica com Karl Marx e Friedrich Engels segurando o Manifesto Comunista, operários ao fundo e bandeira vermelha com foice e martelo.
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A origem moderna do comunismo está ligada a dois nomes centrais: Karl Marx e Friedrich Engels. Juntos, esses pensadores alemães lançaram, em 1848, o famoso Manifesto Comunista, um dos textos mais influentes da história política.

O que dizia o Manifesto Comunista?

  • A história da humanidade é a história da luta de classes;

  • A sociedade capitalista é baseada na exploração dos trabalhadores (proletariado) pelos donos do capital (burguesia);

  • O proletariado deve se organizar politicamente, tomar o poder do Estado e abolir a propriedade privada dos meios de produção;

  • Após uma fase de transição (ditadura do proletariado), o objetivo final seria uma sociedade comunista, sem Estado e sem classes.

Essa corrente passou a ser chamada de comunismo científico, pois se baseava na análise materialista da história, utilizando métodos racionais e científicos para explicar a evolução das sociedades.


A Revolução Industrial e o cenário do século XIX

A Revolução Industrial criou uma nova realidade social. Milhões de trabalhadores passaram a viver em condições precárias, com jornadas de trabalho exaustivas, salários baixos e ausência de direitos trabalhistas.

Esse cenário de desigualdade crescente fez com que o comunismo ganhasse cada vez mais apoio entre os operários das grandes cidades europeias. Partidos comunistas e socialistas começaram a surgir em diversos países, baseando-se nos ensinamentos de Marx e Engels.


A Revolução Russa: o comunismo na prática

Um marco decisivo para o comunismo no século XX foi a Revolução Russa de 1917. Liderada por Vladimir Lênin e pelo Partido Bolchevique, essa revolução derrubou o regime czarista e implantou o primeiro Estado socialista do mundo: a União Soviética.

Principais características do comunismo soviético:

  • Nacionalização da indústria e das terras;

  • Fim da propriedade privada dos meios de produção;

  • Planejamento central da economia;

  • Partido único (Partido Comunista);

  • Repressão a opositores políticos e controle da mídia.

A revolução russa inspirou outros movimentos comunistas ao redor do mundo, como na China (1949), Cuba (1959), Vietnã, Coreia do Norte, entre outros.


A Guerra Fria e o comunismo global

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo se dividiu em dois grandes blocos: capitalista (liderado pelos Estados Unidos) e comunista (liderado pela União Soviética). Esse período ficou conhecido como Guerra Fria, e durou até 1991.

Durante esse tempo:

  • O comunismo se expandiu para diversas partes do mundo;

  • Ocorreu a corrida armamentista e a disputa ideológica;

  • Movimentos de libertação nacional adotaram o marxismo como base ideológica;

  • A repressão em países comunistas gerou críticas e dissidências internas.


A queda do comunismo no século XX

A partir da década de 1980, a União Soviética enfrentou sérias crises econômicas e políticas. Com a chegada de Mikhail Gorbachev ao poder, reformas como a perestroika (reestruturação econômica) e a glasnost (abertura política) foram tentadas, mas não evitaram o colapso.

Em 1991, a União Soviética foi dissolvida, marcando simbolicamente o fim da era comunista como sistema de Estado em grande escala.


O comunismo no século XXI

Embora muitos dos antigos países comunistas tenham migrado para economias de mercado, o comunismo ainda existe como ideologia e partido político em diversos lugares.

Alguns países com governos comunistas ou inspirados no marxismo atualmente incluem:

  • China (embora com economia de mercado, mantém o Partido Comunista no poder);

  • Cuba;

  • Coreia do Norte;

  • Vietnã;

  • Laos.

Além disso, partidos comunistas atuam legalmente em países democráticos, como Portugal, França, Grécia, Brasil e Índia.


Conclusão: qual a importância de estudar a origem do comunismo?

Entender a origem do comunismo na história é fundamental para compreender os grandes conflitos do século XX, os desafios do mundo contemporâneo e os debates sobre desigualdade social, justiça econômica e organização do poder.

O comunismo, mais do que uma simples doutrina, influenciou revoluções, políticas públicas, movimentos sociais e intelectuais por todo o mundo. Ao conhecer suas raízes, é possível refletir de forma mais crítica sobre as alternativas ao capitalismo, suas promessas e suas contradições.

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