A GRIPE ESPANHOLA


Você sabe algo sobre a  doença Gripe Espanhola? A gripe espanhola, nome que recebeu uma pandemia de vírus influenza que se espalhou pelo mundo entre 1918 e 1919 também conhecida como gripe de 1918.

O QUE FOI A GRIPE ESPANHOLA

"Com a epidemia mais mortal do planeta, o vírus da influenza H1N1 conhecido como gripe espanhola, matou mais de 50 milhões de pessoas.

A denominação H1N1 se referem a proteínas encontradas na superfície dos vírus, são elas as hemaglutininas e as neuroaminidases.


Causada por uma mutação do vírus da gripe, a gripe espanhola pode passar de pessoa para pessoa pelo ar ou seja pelo contato físico, sendo agravada pelos precários ambientes sanitários da época." Ladiel Pedrozo (Prof. Palestrante/Biólogo @ladpedrozo)

gripe espanhola

Na realidade a gripe, embora tenha esse nome, há um consenso de que não   se originou na Espanha. O nome é dado em razão da forte divulgação da doença na imprensa espanhola. 

Assim, as notícias sobre a enfermidade, espalharam-se a partir do que a imprensa espanhola divulgava, uma vez que o país se manteve neutro no front da 1ª Guerra Mundial. 

COMO SURGIU A DOENÇA
Pelas teorias levantadas sobre a origem da gripe, a teoria mais aceita, indica que a gripe espanhola surgiu em campos militares no interior dos Estados Unidos.

Um soldado da base militar de Fort Riley, adoeceu, com sintomas de uma forte gripe. Nesse acampamento no Kansas, treinavam-se cidadãos americanos para a Primeira Guerra Mundial. 



O contágio foi rápido. Mais de 200 soldados adoeceram também. A propagação foi tão intensa que em apenas 14 dias, mais de mil militares foram hospitalizados — e o mal se alastrou por outros acampamentos.
Sendo assim, a doença se espalhou pela Europa, logo depois que soldados norte-americanos foram enviados para a frente de guerra nesse continente.

Assim, o contato de soldados contaminados com pessoas nos mais variados locais e no front da guerra, permitiu a disseminação da doença pelo continente europeu.

"A guerra ajudou a espalhar a pandemia, porque era a primeira guerra global; navios carregavam dezenas de milhares de soldados infectados passando por todo porto ao redor do mundo. 


Foi isso o que propagou a doença tão rapidamente e tão amplamente"
, explica Kenneth Davis - historiador e autor do livro More Deadly Than War: The Hidden History of the Spanish Flu and the First World War.

Outro fator agravante que acelerou o avanço da doença nos Estados Unidos, foi o fato da Filadélfia ignorar alertas das autoridades de saúde, sobre o risco de contaminação em grande concentrações de pessoas.


Em setembro de 1918, em plena pandemia da gripe, foi solicitado o cancelamento do desfile, mas a Filadélfia, no Estado da Pensilvânia, convocou o povo para o grande desfile nas ruas da cidade que à época tinha uma população de 1,7 milhão de pessoas.

A desobediência ao alerta foi uma tragédia devastadora. A cidade foi considerada a mais atingida pela gripe. Foram 41.000 pessoas atingidas em apenas seis semanas e 12.000 mortos. 

A gripe foi devastadora no mundo todo. Ela infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época.

No final da epidemia, 15 a 25 milhões de pessoas (alguns autores defendem cifras de até 50 milhões) perderam a vida em decorrência de uma grave insuficiência respiratória. 

COMO A GRIPE ESPANHOLA CHEGOU AO BRASIL
Os historiadores acreditam que a gripe espanhola tenha chegado ao Brasil em setembro de 1918, portanto durante a segunda onda da doença, por meio do Demerara, um navio que saiu da Inglaterra, passou por Lisboa e atracou em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.

A princípio, a imprensa brasileira não deu muita importância para o surto, mas à medida que a doença foi se espalhando, os desdobramentos do problema ganharam repercussão.

Logo a doença se espalhou pelo país, pois não havia medicamentos que a combatessem. A difusão foi rápida e afetou, sobretudo, as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. 

Apesar dessas terem sido as duas cidades mais afetadas, todo o país foi atingido, inclusive regiões remotas, como a Amazônia.

Como não existia nenhuma forma de curar a doença, as recomendações das autoridades eram no sentido de que as pessoas evitassem aglomerações, lavassem suas mãos com frequência e evitassem contato físico.

Uma das vítimas mais ilustres foi o presidente eleito Rodrigues Alves, que conquistou mais um mandato no fim de 1918. Morreu em 15 de janeiro de 1919.

Em todo o Brasil, os hospitais estão abarrotados. As escolas mandaram os alunos para casa. Os bondes trafegam quase vazios. 


A doença provocou até o avanço de alunos nas séries sem precisar de fazerem provas, segundo informa a pesquisa: 


Os parlamentares apresentam uma série de projetos de lei com o objetivo de, em diferentes frentes, combater a doença e amenizar seus efeitos. Uma das propostas determina a aprovação automática de todos os estudantes brasileiros, sem a necessidade dos exames finais. (Senado Federal)


O comércio todo fechou as portas, com exceção das farmácias, onde os fregueses disputam a tapa pílulas e tônicos que prometem curar as vítimas da doença.


Apesar dos dados estatísticos precários, acredita-se que, no Brasil, a morte teria atingido em torno de 35 mil pessoas, a maioria delas no Rio de Janeiro (14.348) e no Estado de São Paulo (12.386).


Enfim, a gripe espanhola desaparece do território brasileiro. Se diz até  que foram tantos contaminados que o vírus praticamente não tinha mais a quem infectar. E a vida seguia no país voltando a sua normalidade aos poucos.

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Prof. José Inácio - editor

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