Falar sobre vacinas no cenário atual da crise sanitária mundial, nos remete à CPI DA PANDEMIA (Comissão Parlamentar de Inquérito), instalada no Senado Federal com os objetivos de investigar supostas omissões e irregularidades nas ações do governo federal no combate a pandemia do Covid-19 no Brasil.
Dentre as ações investigadas, a CPI busca entender todo o complexo das omissões do governo federal para aquisição das vacinas.
Porém, não vamos falar sobre vacinas para combater a pandemia da Covid-19. Vamos sim, falar de uma outra vacina que causou um rebuliço na sociedade brasileira e você vai entender porque se tornou uma revolta.
O QUE FOI A REVOLTA DA VACINA?
Foi uma revolta popular, contra a campanha de
vacinação obrigatória, para todo brasileiro maior que seis meses de vida.
A vacinação, foi idealizada pelo
médico sanitarista, Oswaldo Cruz, que colocou o projeto em
prática da vacina contra a varíola.
ONDE OCORREU A REVOLTA DA VACINA?
Rio de Janeiro
estava numa situação muito precária. As ruas eram bastante sujas com muito lixo
espalhado. A imagem da cidade não era das melhores.
A cidade
superlotada e sem condições de moradia decente. As pessoas moravam bem próximas
umas das outras, as ruas eram estreitas demais, não havia saneamento básico, nenhuma
higienização.
Nesse
sentido e até preocupante para o período, o Rio de Janeiro vivia constantemente
o perigo de doenças e epidemias que se espalhavam facilmente na cidade.
Além
disso, não só do ponto de vista da saúde, a situação da cidade era um problema
social, porque as pessoas viviam muito amontoadas, em condições muito ruins.
Também, porque isso deixava a cidade, esteticamente, muito feia, então o prefeito
do Rio de Janeiro decidiu fazer uma renovação da cidade.
PROJETO DE URBANIZAÇÃO
Toda a polêmica tinha como objetivo entender o porque das autoridades obrigarem a população a se vacinarem. A ideia
era deixar a cidade mais habitável, mais confortável, alargando as ruas, melhorando as condições de limpeza na cidade.
Enfim, por um lado o projeto
era excelente, tendo em vista que a cidade precisava ter uma imagem à altura de
receber visitante e até para os próprios moradores.
Por outro lado, o problema do projeto estava na infraestrutura, pois para isso, o prefeito teria que retirar da cidade moradores que habitavam o centro da cidade e nos locais
onde seriam modificados com o projeto de urbanização.
Naquela
época o centro era habitado pelas pessoas mais pobres. Suas casas foram derrubadas
e muitos acabaram sem onde ter que morar.
Então, isso fez com que muita gente pobre, que morava no centro, fosse para as periferias
construir suas casas, morando em morros, assim nascem as primeiras favelas no
Brasil.
O
problema da cidade não se encerrava apenas no âmbito da habitação, na
infraestrutura das ruas. Havia um grande problema a ser resolvido: a saúde.
Preocupado com esta situação, o então presidente
Rodrigues Alves, colocou em prática um projeto de saneamento básico e
reurbanização do centro da cidade.
OSWALDO CRUZ E A REVOLTA DA VACINA
O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi
designado, pelo presidente da República, para ser o chefe do Departamento
Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias
da cidade.
Médico e sanitarista Oswaldo Cruz
A cidade, por conta da falta de saneamento
básico, a proliferação de lixo, era ambiente propício para surgimento de
ratos. A cidade, na verdade estava infestada de ratos, por conta da falta de saneamento.
Para acabar com a proliferação de ratos, o
governo propôs então, realizar pagamentos para aquelas pessoas que se
dispusessem a caçar ratos e entregar para as autoridades.
A Ideia não foi boa. Isso promoveu um desastre
como resultado, pois surgiram criadores (aproveitadores) de roedores com o
único interesse de ganhar dinheiro fácil.
Por causa dessas fraudes, resultado da medida
impensada, o governo decidiu suspender a oferta de prêmio pela captura de
ratos.
QUAL O MOTIVO DA REVOLTA DA VACINA
Em novembro de 1904 a campanha começa a ser aplicada. Ainda que o objetivo da vacinação tenha sido de uma certa forma em
prol de uma cidade sadia, a forma como foi aplicada é que gerou revolta na
população.
Ela foi aplicada de forma autoritária, violenta. As casas eram
invadidas pelos agentes de saúde, vacinando à força, provocando revolta na população.
Porque as pessoas se recusavam a tomar a vacina? Havia essa recusa
em ser vacinado porque, grande parte das pessoas não conhecia o que era uma
vacina e tinham medo de seus efeitos.
O AMBIENTE DA REVOLTA POPULAR
A crise econômica (desemprego, inflação e alto custo de vida), foi
outro fator que desencadeou a revolta, além da reforma urbana que retirou a
população pobre do centro da cidade, derrubando os cortiços e outros tipos de
habitação ali existentes
Os resultados da revolta são demonstrados nas ruas. As
manifestações populares e conflitos espalharam-se pelas ruas da capital
brasileira.
A população destruía bondes, apedrejava prédios públicos e
espalhava a desordem pela cidade.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA REVOLTA DA VACINA?
Ainda no início de novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves
revogou a lei da vacinação obrigatória; o exército, a marinha e a polícia, foram
as ruas para acabar com os tumultos.
Em 16 de novembro de 1904 a revolta foi sufocada pela polícia. O saldo da agitação que sacudiu as ruas do Rio de Janeiro foi trágico.
Cerca de 110 feridos e 30 pessoas mortas. A ação policial resultou na prisão de 945 pessoas, das quais 461 foram deportadas para o Acre.
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Crédito: Canal Débora Aladim
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Prof. J. Inacio
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