GOLPE MILITAR NO BRASIL 1964 (Parte I)

O Golpe Militar de 1964 no Brasil compreende o período em que os militares governaram o país dos anos de 1964 a 1985. Encerrando-se o período dos militares no poder com o último presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo.

GOLPE MILITAR NO BRASIL 1964-1985

A Ditadura militar no Brasil foi um dos anos mais tristes e obscuro da nossa história.
Presidentes militares da esquerda para a direita: Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo

CONTEXTO DO GOLPE MILITAR

O Golpe Militar de 1964 teve a participação de civis e militares para derrubar o governo do presidente João Goulart. Essa tentativa de golpe já vinha sendo articulada pelos golpistas, desde 1961 e 1962. 

Jânio Quadros era presidente da República, que de uma forma inusitada, renunciaria seu mandato com apenas 7 meses de governo, sem dar nenhuma explicação.

Jânio Quadros inicia seu governo com algumas esquisitices sem menor importância para o país, em detrimento de outras questões mais sérias. 

Uma dessas questões que ocupou o seu governo foi a proibição de uso de biquínis nas praias, lança perfumes, briga de galos. 

Na breve passagem pelo poder, na política externa, Jânio não conseguia agradar a classe politica da esquerda e nem dos conservadores, os udenistas. 

Uma das ações, foi a condecoração com a Ordem do Cruzeiro do Sul a Che Guevara. 

Che Guevara estava retornando de Cuba, vindo de uma reunião dos países americanos, sediada na cidade de Punta del Este, no Uruguai. Fez uma escala em Brasília, quando recebeu das mãos do presidente a medalha de honra.

Segundo pesquisadores, esse gesto nada tinha de conotação de apoio ao comunismo. Nesse período, o fantasma do comunismo rondava a Europa e assombrava o Brasil, sendo esse um dos motivos para o golpe militar, efetivado em 31 de março de 1964.

A renúncia de Jânio Quadros, deixou o país mergulhado numa grave crise politica. 

Nesse cenário político confuso, a Constituição era bem clara quanto à sucessão de Jânio Quadros; deveria assumir o vice João Goulart. 

Nessa época, o vice era escolhido separadamente e nunca por chapa, como é realizado hoje no nosso sistema eleitoral.

A POSSE DE JOÃO GOULART

João Goulart nessa ocasião se encontrava na China comunista. A posse teve que ser impedida pelos militares que viam no presidente a brecha para a entrada do comunismo no país, acusando-os de ligação com o comunismo internacional.

Imagem criada com o Canva


Enquanto os militares juntamente com a UDN, ministros militares de comum acordo com as ideias dos EUA, grandes empresários nacionais e estrangeiros, todos eram contrários a posse de Goulart.

Por outro lado, os movimentos estudantis e sindicais e alguns governadores, eram favoráveis à posse do presidente de Jango, como era também chamado.

Enquanto não se resolvia a situação da posse, o país mergulhou num clima de conflitos, protestos, com participação de vários setores da sociedade brasileira. 

Com receio de que houvessem prejuízos maiores, ou até mesmo uma guerra civil, o Congresso apresenta uma proposta: João Goulart poderia assumir a presidência, mas deveria aceitar o parlamentarismo. 

Goulart aceita assumir, com poderes limitados. Mas posteriormente, ele vai tratar de voltar ao sistema de presidencialismo.

presidencialismo, sistema de governo em que o primeiro-ministro não é o presidente.
Crédito: Mural de História, criado com o Canva
No dia  de janeiro de 1963, os eleitores foram votar e disseram não ao parlamentarismo. Cerca de 80% da população de eleitores votaram pelo não ao sistema de parlamentarismo. 

Com isso, a chefia do governo é devolvida a João Goulart. A posse de Goulart na presidência era o retorno do esquema populista dentro de mobilizações e pressões de movimentos sociais. Aí as coisas vão se complicar mais ainda.

As Reformas de Base que incluíam reformas agrárias, administrativas, bancárias, tributária, eleitoral e educacional, faziam parte da pauta do governo de Jango.

No dia 13 de março de 1964, o presidente liderou um movimento chamado de Comício pelas Reformas de Base, diante de uma gigantesca população, na Estação da Central do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. A essa altura o golpe já estava  caminho.

Em resposta ao comício de Jango, no dia 19 de março autoridades civis e religiosas fizeram uma passeata contra as reformas de João Goulart, sob o tema: A Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

Um fato ocorrido com um grupo de fuzileiros navais, que deveria prender marinheiros que estavam promovendo manifestações no Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio de Janeiro, ficou do lado desses marinheiros. 

João Goulart acabou com a rebelião mas não puniu os rebeldes. Essa e outras situações deram pano pra as mangas para os militares aplicarem o golpe que já estava traçado há bastante tempo.

O INICIO DO GOLPE

No dia 31 de março de 1964 as tropas do general Mourão Filho se dirigem ao Rio de Janeiro, com apoio outras corporações, de governadores civis. Juntos: Civis e militares deram continuidade ao golpe, destituindo o presidente de seu cargo. 

Fim da experiência democrática e início de um período de autoritarismo, com a intervenção militar.


tanque de guerra dando inicio ao golpe militar de 1964
Tanque de Guerra usado no golpe militar de 1964

A vacância da presidência em 1º de abril de 1964 foi fora do contexto da lei, considerando que o presidente João Goulart estava no país e não se ausentou até o dia 4 de abril. Assim começa o período governado por militares.

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