Constituições do Brasil

Ao longo da história do Brasil, foram promulgadas sete Constituições, cada uma refletindo distintos momentos políticos e sociais. Dessas sete, quatro foram elaboradas por assembleias constituintes, representando períodos mais democráticos; duas foram impostas, uma por D. Pedro I e outra por Getúlio Vargas, denotando momentos de maior centralização de poder; e uma foi aprovada pelo Congresso, devido à pressão do regime militar vigente.

Essa alternância entre regimes mais fechados e períodos mais democráticos teve impacto significativo na aprovação das Cartas Constitucionais, ora impostas por líderes autoritários, ora construídas por meio de assembleias representativas.

A história constitucional do Brasil é marcada por momentos de ruptura e necessidade de estabelecer uma nova ordem política, econômica e social. Desde a sua independência em 1822 até os dias atuais, o país teve sete Constituições que refletiram diferentes momentos e ideologias.

1824 - A Constituição Política do Império:

A Constituição Política do Império do Brasil, promulgada em 1824 por D. Pedro I, foi a que vigorou por mais tempo na história do país, permanecendo ativa por 65 anos. Elaborada por um Conselho de Estado, ela consolidou a independência do Brasil proclamada em 1822. ~

Creditos da imagem: Jornal Contramão

A Constituição estabeleceu a divisão do poder em quatro instâncias: Legislativo, Moderador, Executivo e Judiciário. Um traço notável dessa Constituição foi a instituição do Poder Moderador, que concedia ao imperador poderes ilimitados para nomear senadores, dissolver a Câmara dos Deputados e tomar outras decisões importantes.

1891 - A Constituição Republicana:

Com o fim da monarquia em 1889, o Brasil passou a ser uma república e, em 1891, foi promulgada a primeira Constituição republicana do país. Essa Carta Constitucional estabeleceu o federalismo, criando os Estados Unidos do Brasil, e adotou o sistema presidencialista.

Creditos da imagem: Agência Brasil - EBC

A Constituição garantiu a eleição direta, por voto aberto e maioria absoluta, para presidente e vice-presidente da República. Além disso, trouxe avanços importantes na legislação eleitoral e trabalhista, como o voto obrigatório e secreto e os direitos das mulheres de votar e serem votadas.

1934 - A Constituição de curta duração:

A Constituição de 1934 marcou uma fase de avanços democráticos no Brasil. Após a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, era necessária uma nova Constituição para substituir a Carta de 1824.

Essa nova Constituição consagrou princípios liberais e democráticos, estabelecendo que todos os poderes emanavam do povo. Ela também trouxe avanços nos direitos trabalhistas e na legislação eleitoral, garantindo o voto obrigatório e secreto, além do direito de voto para as mulheres.

1937 - A Constituição do Estado Novo:

A Constituição de 1937, também conhecida como "Polaca" por sua inspiração nos regimes totalitários da Europa, consolidou o Estado Novo no Brasil. Ela outorgou poderes quase ilimitados ao presidente Getúlio Vargas, suprimindo liberdades individuais e políticas, dissolvendo partidos políticos e estabelecendo eleições indiretas com mandato fixo para o presidente.

Essa Constituição marcou um período de autoritarismo e concentração de poder nas mãos do chefe do Executivo.

1946 - A Constituição da Retomada democrática:

A Constituição de 1946 marcou o retorno do regime democrático ao Brasil após o fim do Estado Novo. Ela retomou os princípios liberais e democráticos da Constituição de 1934, garantindo direitos individuais, independência dos poderes da República e eleições diretas para presidente com mandato de cinco anos.

A Constituição também proibiu qualquer reforma constitucional durante a vigência do estado de sítio.

1967 - Consolidação do Regime Militar:

Após o golpe militar de 1964, a Constituição de 1967 consolidou o Regime Militar no Brasil. Com caráter autoritário, concentrou poderes na União, enfraquecendo os demais poderes da República.

Ela também instituiu a eleição indireta para presidente da República, por meio de Colégio Eleitoral, e foi posteriormente emendada por atos institucionais e complementares, aprofundando o autoritarismo.

1988 - A Constituição Cidadã:

Após duas décadas de repressão e restrição de direitos durante o Regime Militar, a Constituição de 1988, conhecida como "Constituição Cidadã", consolidou a transição para a Nova República.

Creditos da imagem: Nova Escola

Ela é considerada uma das mais modernas e abrangentes do mundo, garantindo direitos individuais e coletivos, proteção ao meio ambiente, direitos trabalhistas, eleições diretas, entre outros.

A Constituição de 1988 também impediu a aprovação de emendas que abolissem princípios fundamentais da Carta, protegendo a democracia brasileira.

Em resumo, a história das Constituições brasileiras reflete a evolução política e social do país ao longo de sua história. Cada Carta Magna representou um momento específico, desde o Império até a redemocratização, e contribuiu para moldar a atual estrutura institucional do Brasil.

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