ELEIÇÕES: VIOLÊNCIA E FRAUDES NO SEGUNDO REINADO

Período de eleição é aquele momento no país que sempre trás um sentimento de expectativa quanto ao processo eleitoral, se vai ser com bastante  tranquilidade ou se vai ter perturbação da ordem. As Eleições do Cacete fizeram parte desses episódios que trouxeram bastante preocupações às autoridades da época, no Segundo Reinado. Assim foram as eleições no Império do Brasil em outubro de 1840. 

Eleições do cacete no Segundo Reinado. Eleições bastante tumultuada.

Como eram as eleições no Segundo Reinado?

A estabilidade politica era um tema que deveria ser aprofundado durante o Segundo Reinado. Mas havia divergências entre os partidos políticos da época. As insurreições no período regencial, também foram responsáveis pelo aprofundamento das divergências politicas entre os setores da elite.

Nesse período dois partidos surgiram: Os regressistas com o Partido Conservador e os progressistas com o Partido Liberal. A quem representavam cada um desses partidos?

O PARTIDO CONSERVADOR

Esse partido tinha o apoio das províncias do Nordeste, constituído por funcionários do alto escalão do governo, ricos comerciantes e proprietários de terras ou seja, latifundiários.

O PARTIDO LIBERAL

Esse grupo era composto por senhores rurais e membros das camadas medias urbanas. Enfim, não existia pobrezinho nesses dois partidos. Todos tinham suas fontes de rendas. O partido tinha apoio das províncias do Centro-Sul.

Os dois partidos existentes no Segundo Reinado
Imagem criada com o Canva

Tanto o Partido Conservador quanto o Partido Liberal, possuíam pontos em comum: eles desejavam manter a ordem já existente, ou seja: a conservação da escravidão e o regime imperial, com a monarquia no poder. 

Considere-se pertinente falar, que ambos queriam manter seus privilégios e manter a população de fora do mundo político. Logo se percebe que os objetivos de suas ideias eram a manutenção de seus poderes econômicos.

Por outro lado, os pontos que divergiam entre si, estavam fundamentados na forma da política. Os conservadores eram defensores da centralização política, um governo forte para que a estabilidade política se fizesse presente no país.

Para os progressistas ou seja, os Liberais, a ideia era defender um governo totalmente descentralizado, deixando as províncias agirem com autonomia.

O GOLPE DA MAIORIDADE

Lembrando que nesse período, Pedro de Alcântara era menor de idade e pela Constituição de 1824, teria que ter 21 anos de idade. Com essa idade com menos de 15 anos, era impedido de assumir suas funções. Os progressistas logo entraram em ação para resolver o problema da maioridade.

O Golpe da Maioridade dá início ao Segundo Reinado
Imagem criada com Canva

Essa pressa dos liberais tinha seu sentido: Como os conservadores aprovaram a Lei de Interpretação do Ato Adicional (1840), cujos objetivos era fortalecer o poder central e reduzir o poder das províncias. 

Para os liberais somente o imperador seria capaz de resolver os problemas da nação, salvando-a das desordens instaladas.

Os liberais trataram de apressar a maioridade do infante, que à época tinha apenas 14 anos de idade, com o lançamento da campanha, propagando a ideia e obtendo apoio popular.

A campanha ganhou espaço na sociedade com o apoio popular. O parlamento proclamou a maioridade de Pedro de Alcântara. No mês de julho, no ano de 1840, o Brasil recebe no trono o mais novo imperador do país, com menos de 15 anos, com o nome de D. Pedro II. Dá-se início ao Segundo Reinado com o Golpe da Maioridade.

Os liberais foram chamado pelo novo imperador a fazerem parte do governo. Mas em se tratando de números de representantes no parlamento, os conservadores possuíam maior quantidade.

A grande jogada dos liberais para resolver essa situação, foi persuadir o imperador a dissolver o Parlamento e realiza novas eleições. Olha só que jogada!

As eleições foram realizadas em outubro de 1840. Mas o que mais chamou a atenção, foram o uso da violência e da fraude promovida pelos dois partidos, para poderem alcançar a vitória nas  eleições. 

Eleições do Cacete, uso de violência, fraudes
Imagens do Google

Espancamento, fraudes nas contagens dos votos e roubo das urnas, alteração de resultados, capangas pagos para promoverem pancadaria em adversários políticos. 

Enfim, foi uma bruta violência. Essas eleições receberam o nome de Eleições do Cacete.

Enfim, coube a vitória aos liberais nas eleições. Nada satisfeitos com os resultados, os conservadores trataram de pressionar o imperador para convocar novas eleições.

 A VIRADA DO JOGO POLÍTICO

D. Pedro II então, a pedido dos conservadores, dissolveu a câmara, convocando novas eleições. Agora a vitória nas eleições, coube aos conservadores. Isso não agradou em nada os liberais que partiram logo para organizarem  protestos em São Paulo e Minas Gerais. Sem sucesso, a revolta foi de imediato sufocada pelas tropas imperiais.

Como se percebe, as eleições são palcos de ideologias politicas e palco de violência. É Muito difícil em dias de pleito eleitoral, não se ouvir de algum tipo de violência praticado no Brasil.

E o Brasil sempre foi notícias de violência nos períodos eleitorais. No ano de 2018, o então candidato a presidência Jair Bolsonaro foi alvo de uma "polêmica facada", em Juiz de Fora, que lhe rendeu muitos memes na internet e comentários duvidosos sobre a existência de fato desse atentado.

O que chama atenção é justamente o uso de violência nessas eleições tanto por parte de partidos quanto por parte dos aliados. Há alguma diferença entre as eleições do Cacete para os dias atuais? Dê sua opinião, comente!

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