O CONFLITO ISRAEL E PALESTINA - Parte II

Sobre esse conflito que remonta desde a antiguidade, envolvendo os israelenses e palestinos, cabe reafirmar que, a disputa pelo controle de Jerusalém tem conotação, também, religiosa, obviamente. 

Isso se dá pelo fato da cidade de Jerusalém possuir locais mais sagrados que absorvem as três principais religiões monoteístas: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo.

cidade de jerusalém
Imagem de Ri Butov por Pixabay 

Cada parte da cidade existe uma área que é usada por cada grupo religioso, embora os conflitos não cessem. Sendo assim, na cidade velha tem a Esplanada das Mesquitas, usada pelos muçulmanos.

O Muro das Lamentações é uma área, onde fica o Monte do Templo, lugar mais reverenciado pelos judeus, por serem os restos do templo de Salomão.

Os cristãos, por sua vez, possui um lugar para sua adoração e culto. O local é o Monte Gólgota, onde está a Igreja do Santo Sepulcro, lugar onde Jesus foi sepultado, segundo a fé cristã.

Onde fica a localização de Israel foi terra dos judeus até ocasionar a diáspora judaica pelo mundo. São povos de mesma origem étnica lutando até os dias atuais por territórios.

Com o aparecimento do islamismo e a expansão árabe, os muçulmanos conquistaram Jerusalém no ano de 638, dominando o território até o ano de 1099. 

Os católicos conseguem tomar de volta a cidade de Jerusalém por meio das Cruzadas.

Os muçulmanos voltaram a reconquistar a cidade de Jerusalém, que passou ao domínio do Império Otomano a partir do ano de 1517.

Esses deslocamentos (Diáspora judaica) forçados dos judeus, despertou um sentimento de retorno à terra natal, após longos períodos cansativos de sua trajetória de perseguição e escravidão. 

E isso vai ser possível com o movimento  chamado de Sionismo, a partir de 1897, com a declaração de Balfour.

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Sionismo = foi um movimento político surgido na comunidade judaica europeia no final do século XIX, criado pelo jornalista e escritor austro-húngaro Theodor Herzi, que defendia a ideia da formação de um Estado Nacional que abrigasse os judeus na Palestina. 

Essa ideia teve influencia de uma obra escrita pelo jornalista Herzi, chamada de O Estado Judeu. Essa obra, tem forte ligação com o que estava acontecendo na Europa o antissemitismo. 

Esse movimento antissemitismo que percorria na Europa, foi o marco decisório para o retorno dos judeus para sua terra, fugindo das perseguições, evitando que tivessem o mesmo destino do caso Dreyfus

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O caso Dreyfus = Dreyfus era capitão de artilharia francesa, acusado de traição, foi sentenciado a prisão perpétua. A sentença foi baseada em documentos falsos, acobertados de nacionalismo e xenofobia.

O caso ganhou repercussão na Europa, assinalando que tudo não passava de uma perseguição ao capitão tendo em vista que ele era judeu.

IMPÉRIO OTOMANO

Foi um dos mais longos impérios que se tem registrado na história. Sua duração vai de 1299 a 1923. Originado de um sultanato muçulmano, na Ásia Menor, onde é a Turquia, atualmente.

O império foi fundado por Osman de Segut, da dinastia otomana, daí o nome Império Otomano ou Império Turco-Otomano.

O Império ganhava batalhas, anexando vitórias a sua trajetória. Uma dessas conquistas foi a cidade de Constantinopla, centro cultural do Império Bizantino ou conhecido também como Império Romano do Oriente.

A expansão dos Otomanos estava chegando ao final, tanto que ao longos dos séculos XVIII e XIX, tem início a um período de paralização.

Com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, o Império começa se esfacelar. Os turcos se aliaram aos alemães e aos austríacos na grande guerra, contra os soviéticos, franceses e ingleses.

Na derrota na Primeira Guerra Mundial, os otomanos assinaram o Armistício de Mudros, cedendo aos vencedores, da guerra, porções de seu território.

Com o fim do Império Otomano, após ao término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, o Reino Unido passou a administrar a Palestina, por meio do Mandato Britânico.

Com o sionismo em alta, muitos judeus se preparam para o grande retorno à terra prometida, mas com o início da Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, os judeus veem seus sonhos caindo por terra.

A perseguição do nazismo ao judeus, provocou uma onde de migração para a Palestina e para outras regiões, com a ajuda dos ingleses, que a essa altura ainda era quem controlava a região. 

Muitos palestinos não ficaram satisfeitos com essa leva de judeus chegando na região. Mas já era tarde demais. O nazismo de Hitler, o Holocausto, foram a mola propulsora para empurrar os judeus para o local que mais desejavam: Palestina. 

Claro que tudo isso foi um conjunto de fatos, ocorrendo e apressando a ida dos judeus para outras localidades, inclusive para a terra prometida, Israel.

Se por um lado os judeus voltam alegres por terem sobrevivido ao nazismo, do outro lado, os palestinos não se sentem confortáveis com a volta dos judeus.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota da Alemanha, a ideia do sionismo ganha mais força no mundo.

Com o retorno dos judeus à Palestina, os confrontos pela soberania e poder sobre as terras começam de forma intensa. Parece não haver solução para o impasse.

RESOLUÇÃO DA ONU EM 1947

Os conflitos entre judeus e palestinos se acentuam cada vez mais pela posse e domínio do território. A ONU, Organização das Nações Unidas recém criada no pós-guerra, em sua resolução 181, presidida por um diplomata brasileiro, Oswaldo Aranha, oferece uma solução como parte para aplacar os ânimos de ambos os lados. A partilha do território entre eles. 

No ano de 1947, a ONU aprova a divisão. Os palestinos rejeitam. Em 14 de maio de 1948 foi criado o Estado de Israel.

A resolução dizia que 55% do território seria dos judeus e 45 dos árabes ou palestinos. Os judeus aceitaram a proposta, mas os árabes, não. Agora o bicho vai pegar!

A essa altura, outro fator colabora para o arrefecimento entre eles: os britânicos deixam as terra ocupadas. Isso quer dizer que apoio não teriam mais.

A partilha proposta pela ONU, não foi aceita pela Liga Árabe, formada por Egito, Síria, Transjordannia, Iraque e Líbano, que juntos provocaram um ataque de proporções intensas contra Israel. Mesmo com exércitos superiores, a liga foi derrotada em poucos meses.

Vitorioso, o novo Estado amplia seus domínios em relação às fronteiras, ocupando 75% da Palestina. Com o fim do conflito, o Egito ocupou a Faixa de Gaza e a Transjordannia anexou Jerusalém Oriental e a Cisjordânia (Jordânia). 

Os palestinos ficaram sem territórios, sendo expulsos, se refugiando na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e nos países árabes mais próximos, outros fugiram para regiões mais distantes.

OLP - No ano de 1964 é criada a Organização para a Libertação da Palestina. Uma organização política e muito bem equipada de armas, que estaria em defesa de um Estado Palestino Livre.

GUERRA DOS SEIS DIAS (1967)

Essa guerra durou exatamente 6 dias. Israel alegava que a ameaça árabe era iminente, portanto justificava um ataque surpresa aos países Egito, Jordânia e Síria. Israel com esse ataque, agrega mais territórios, em relação ao combinado da ONU em 1948.

GUERRA DO YOM KIPPUR (1973)

Usando os mesmos pretextos obscuros de Israel para atacar, da mesma forma os países árabes, Egito e Síria realizam um ataque de surpresa no dia mais sagrado dos judeus: o Yom Kippur. 

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Yom KippurO que quer dizer a palavra Yom Kippur? Significa Dia do Perdão. É uma das datas mais importantes do calendário Judaico. Fazem jejum de água e comida durante 25 horas e fazem orações em busca de arrependimento e perdão de Deus.

Nessa guerra guerra, Síria e Egito excederam quanto a questão do cessar fogo nas Colinas de Golã e também no Monte Sinai, todos pertencentes a Israel. Egito e Síria conseguiram resgatar parte de seus territórios.

Mas não durou muito tempo, após duas semanas de guerras, o exército israelense consegue dominar e fazer o exército da Síria recuar das colinas de Golã, embora o exército egípcio continuasse na região do Monte Sinai.

A essa altura você estaria se perguntando: Como um exército consegue enfrentar numa guerra, vários países juntos e não sai derrotado?

Existem várias respostas. Duas delas podem ser observadas para se entender a questão: Primeiro, os israelense possuía um exército mais bem preparado que os seus adversários. 

A outra questão é que os israelenses tiveram a cooperação dos EUA. Por outro lado, o as forças sírio-egípcias foram auxiliadas pela URSS. 

Lembrando que nessa época os EUA e URSS viviam ainda a tensão da Guerra Fria, procurando demonstrar suas forças ao mundo.

Leia também: O que foi a Guerra Fria

Bandeiras dos EUA e da URSS lembrando a Guerra Fria

No final dessa guerra, as relações entre Israel e Egito foram se normalizando por meio do Acordo de Camp David, em 1978.   a nação árabe reconhece a soberania de Israel no território. 

O Egito foi o primeiro país a assinar o acordo de paz com Israel o que lhe custou caro essa assinatura. O resultado foi a expulsão do país da Liga Árabe.

A INTIFADA - Em 1987 ocorre a Intifada, uma revolta popular usando de armas rudimentares, paus e pedras para atacarem os judeus.

Rapaz lançando objetos incendiário contra israelenses
Imagem de hosny salah por Pixabay

CRIAÇÃO DA AUTORIDADE PALESTINA

No ano de 1993, foi criada a Autoridade Palestina, por meio do Acordo de Paz da Oslo, sob a liderança de Yasser Arafat, mesmo contra a vontade dos palestinos que via nesse acordo cláusulas que não resolvia a questão de  Jerusalém. Os palestinos continuam seus ataques praticando vários atentados.

Mudança no governo de Israel. Em 2001, Ariel Sharon assume o cargo de primeiro-ministro de Israel. No seu governo duas coisas foram realizadas: Invasão de terras palestinas e a construção de cerca na Cisjordânia.

OUTRA INTIFADA - Essa Intifada ocorre entre os anos de 2000 a 2005, após fracassadas negociações com os israelenses.

rapaz lançando objetos incendiários contra israelenses
Imagem de hosny salah por Pixabay 

Em 2004 morre o líder Arafat. Grupos de extremistas fundamentalistas contra o Estado de Israel continuam aterrorizando com vários atentados. 

GRUPO HAMAS - O grupo Hamas é visto por alguns países como organização terrorista. O grupo de caráter nacionalista e islamista, surgiu na Palestina  no ano de 1980, com o propósito de lutar contra Israel. 

Grupo de soldados do hamas
Imagem licenciável do Google

Politicamente, o grupo tem assento nas cadeiras legislativas Palestina desde 2006, realizando trabalhos sociais. Atualmente é quem              controla a Faixa de Gaza.

Grande parte de palestinos e israelitas concordam que a Faixa de Gaza e a Cisjordânia devem fazer parte do Estado Palestino.

Os conflitos envolvendo judeus e árabes continuam sem uma solução que possa atender os dois lados. Enquanto isso, vez por outra surgem novos conflitos.

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